Mulheres da geração Z (nascidas depois de 1997) apostam no congelamento de óvulos para preservar a fertilidade. E, no TIK TOK, moças de diversos países têm relatado suas histórias à volta com o processo. Os vídeos com #eggfreezingjourney, (em português #jornadadecongelamentodeóvulos), já somam mais de 30 milhões de visualizações na plataforma.
Para a especialista em Reprodução Assistida, Cláudia Navarro, mulheres que estão alavancando suas carreiras profissionais e que não se sentem prontas para assumir a maternidade, ou ainda não encontraram o parceiro ideal, têm no congelamento de óvulos uma alternativa.
Geração Z aposta no congelamento
“Para as mulheres, congelar óvulos é uma forma de preservar a fertilidade no auge da capacidade reprodutiva, entre 20 e 35 anos. Dessa forma, no futuro, quando a paciente decidir engravidar, terá óvulos saudáveis à disposição. Assim, ela aumenta as chances de realizar o sonho da maternidade”, afirma a médica.
Congelamento de óvulos no Brasil
Mulheres brasileiras tem apostado bastante no congelamento. Segundo o 14° Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), foram realizados mais de 21 mil ciclos, com 154.630 óvulos congelados foram realizados no país, em 2020 e 2021,
Contudo, Cláudia Navarro alerta para a importância dessas mulheres entenderem que a medicina não é uma ciência exata. “Não pode haver uma garantia de sucesso. Aqui, cada caso é um caso. E é fundamental que todo o processo tenha o acompanhamento de um especialista”, destaca.
Chances de gravidez por FIV
Hoje, as chances de uma gravidez por Fertilização In Vitro, utilizando óvulos congelados, são bem altas. Segundo a médica, a taxa de gravidez na Fertilização in Vitro – FIV irá depender principalmente da idade da mulher ao congelar os óvulos. “As chances são maiores para as pacientes que congelaram antes dos 35 anos. Após essa idade, elas caem rapidamente, de acordo com a idade no momento do congelamento”, diz.
A médica também orienta não prorrogar demais o prazo para utilizar o gameta congelado. “É preciso considerar a idade da mulher já que, no Brasil, a FIV só deve ser realizada até os 50 anos. Além disso, à medida que a idade avança, fatores alheios à fertilidade também podem surgir, afetar a saúde da mulher e interferir na gravidez”, ressalta.
Há ainda o risco de novas enfermidades, como hipertensão, por exemplo, que podem acometer a paciente e tornar a gravidez uma gestação de risco. “Por isso, converse com seu especialista e peça orientações sobre o momento ideal. Vale lembrar que cada caso é individualizado e vai demandar orientações diferentes”, conclui.
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