Qual tipo de líder você é ou gostaria de ser? Comandar um time é um desafio, certamente. As pessoas que vivenciam diariamente a realidade de gestão e liderança enfrentam todo tipo de situação, desde as mais corriqueiras às mais complexas de serem resolvidas. Afinal, lidar com pessoas é fundamental, mas pode ser um tanto quanto imprevisível.
Além da bagagem de cada líder com base em seus estudos, vivências e experiências, as inspirações para as soluções surgem também com o exemplo de quem comanda times de peso. Isso está muito bem retratado no livro “O Caminho dos Líderes”, do mineiro Fernando Pacheco, lançado no fim do ano passado.
O escritor – que também vive o papel de líder (veja mais na entrevista abaixo) –, conversou com 19 CEOs, gestores e diretores de empresas e instituições de diferentes segmentos para descobrir o que cada um tinha a dizer sobre carreira, erros e acertos, desenvolvimento, cultura organizacional, empreendedorismo, relações interpessoais, tempo livre, sonhos, entre outras curiosidades.
Entre as 165 páginas estão os depoimentos de nomes como Ricardo Ferreira, fundador da Richards; Sérgio Herz, CEO da Livraria Cultura; Israel Salmen, CEO do Méliuz, Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna; Carlos Arruda, diretor executivo de Inovação da Fundação Dom Cabral, e Gustavo Caetano, CEO da Samba Tech.
Salmen, por exemplo, fala que a cultura organizacional é como “vender um sonho” para todos envolvidos no processo. “Líder é o cara que mantém esse sonho aceso e, ao longo do caminho, mantém esse relacionamento cada vez mais genuíno entre todos os shareholders: usuário, cara que trabalha, investidor, todo mundo”, afirmou.
Assim, cada um relata, à sua maneira, suas condutas como profissional, gestor, ser humano. O curioso é que, no fim das contas, o livro vai muito além de oferecer a resposta sobre o que é ser um líder. “Um amigo até brincou comigo: ‘meu caro, descobri que não é um livro sobre liderança, mas sobre pessoas’”, conta Fernando Pacheco.
Fernando Pacheco é gerente de Desenvolvimento Estratégico na Samba Tech, empresa líder em gestão e distribuição de vídeos na América Latina e eleita pela Fast Company uma das dez mais inovadoras do continente.
Confira três perguntas que fizemos a ele:
O que te motivou escrever sobre gestão? Creio que seja uma curiosidade que veio desde a adolescência. Foi a tentativa de sanar a dúvida que vai muito além da gestão, mas que tem a ver com história de vida, bagagem, inteligência emocional. Ninguém é gestor ou gestora apenas, mas somos um conjunto de coisas que nos formam como pessoa e refletem na esfera profissional. Creio que esse caminho tenha sido o grande foco de escrever um livro nessa temática. Um amigo até brincou comigo: “meu caro, descobri que não é um livro sobre liderança, mas sobre pessoas”.
Qual resposta te fez refletir e ainda mexe com você? Por quê? Acho que todas as respostas sobre erro foram incríveis. Todos foram muito honestos e justos ao lembrar onde erraram. Isso é fenomenal. Mas, creio que a reflexão do professor Carlos Arruda sobre a formação dele, sobre a infância como base de quem ele é como adulto, foi uma das mais interessantes. Como disse a você anteriormente, ninguém é apenas profissional e ponto final. Mas, são pessoas, com pontos de desenvolvimento, forças, fraquezas, habilidades específicas e background distintos. Ver essa reflexão dele, com mais de 50 anos de idade, foi muito positivo. Sempre é motivador ver alguém que alcançou o patamar que gostaria na vida, ter a humildade de buscar esse desenvolvimento.
De que forma o conjunto de sua obra mexeu com a sua forma de gestão? Como essa curiosidade era algo muito forte, conversar com essas pessoas me ajudou muito como pessoa, como alguém que gosta de ouvir. É difícil dizer o que mudou ou não, pois somente os liderados podem validar a liderança de alguém. Então, seria presunçoso dizer se mudei ou não (risos). Mas foi uma jornada incrível, de buscar aprender coisas novas, com pessoas que respeito e que construíram carreiras e vidas fantásticas. Essa foi a grande vitória. Além disso, foi uma honra pessoal. São profissionais do primeiro escalão de gestão, no Brasil e no mundo, e ouvir essas pessoas é sempre um privilégio.