Cilene Impelizieri Nogueira
CEO da Hipertexto
Já ouviu a expressão “ouro do tolo”? Ela era muito usada na febre do ouro do século XIX, quando garimpeiros inexperientes confundiam pirita — um mineral metálico e brilhante — com ouro verdadeiro. Da mesma forma, durante uma crise institucional, o silêncio pode parecer uma estratégia segura. No entanto, se mal utilizado, ele pode se revelar como o “ouro do tolo” da comunicação eficaz em crises.
Em momentos críticos, o instinto natural é se proteger, evitando falar para não cometer mais erros. Isso é compreensível. No entanto, enquanto o silêncio pode prevenir equívocos imediatos, ele também cria um vácuo que se preenche com especulações e interpretações negativas. E o pior: você perde o controle da sua própria narrativa. Ao não se posicionar, cria-se um vazio que engole verdades e alimenta narrativas falsas, gerando caos.
O verdadeiro desafio não é decidir se deve falar, mas como se comunicar de forma eficaz. Isso só é possível com um planejamento estratégico anterior à crise. A gestão da comunicação em crises exige um processo cuidadoso, no qual cada palavra é pensada e cada declaração, feita com plena consciência de suas consequências. Não se trata apenas de evitar declarações precipitadas, mas de garantir que, ao falar, você o faça com autoridade, clareza e responsabilidade.
O valor não está no silêncio, mas na capacidade de usar a voz de maneira estratégica. Em uma crise, a comunicação eficaz é tão preciosa quanto o ouro mais puro. Uma ferramenta poderosa que se contrapõe ao brilho ilusório do silêncio mal calculado, o verdadeiro “ouro do tolo”. Dominar essa arte salva reputações e pode redefinir o futuro da sua organização.